É engraçado que sempre na madrugada as ideias brotam, quando
estão todos dormindo, quando tudo está em silêncio, quando ninguém pode nos distrair.
Acho que é por isso que sou uma pessoa da madruga – mesmo que seja um
sacrifício acordar no dia seguinte.
Dormir... Ai, ai...
O sono é uma coisa incrível! Eu sempre o sinto, mas quase nunca sinto vontade
de dormir. Isso é o efeito da madrugada e todas as coisas bacanas que ela nos
oferece, como, por exemplo, paz e tranquilidade, silêncio e privacidade – não foi
pra rimar! Juro! A verdade é que eu não gosto de dormir. Ficar parada, para mim,
é um sacrifício. Não sei se é culpa da minha hiperatividade e meu déficit de
atenção, mas a ideia de ficar durante 8h deitada numa cama sem fazer
absolutamente nada, me deixa assustada e frustrada, ora bolas!
Meu tempo é preciosíssimo!
Não posso perdê-lo com bobagens desse tipo!
É lógico que eu sei as consequências de noites mal dormidas. Sentimos mais sono
ainda no dia seguinte, não queremos sair da cama de jeito nenhum, olheiras
aparecem, dores de cabeça infernais e demoníacas – como a que estou sentindo
agora – o mau humor aflora. Sem contar com os efeitos em longo prazo! Dizem que
faz cair cabelo, que a unha quebra, a gente engorda, nosso cérebro fica
extremamente cansado e improdutível, e por aí vai.
A verdade é que eu gostaria, com toda minha alma, conseguir
ficar acordada para sempre e sem precisar de estimulantes nem nada. A minha
utopia é a seguinte: dormir apenas uma vez por ano, quando desse vontade, ou
quando o tédio estivesse enorme e, ao invés de tomar café, cappuccino, café com
leite, Red Bulls, ou qualquer outro tipo de estimulante, repor energias e ficar
acordado por bastante tempo apenas com o oxigênio. Isso seria bem bacana!
Mas, ao mesmo tempo que eu gostaria de ser uma eterna zumbi,
também tenho mais uma frustração: escrever na madrugada.
Ué? Como assim, Juh? Você pirou?
Não, meu caríssimo leitor. Eu não pirei [ainda].
Ué? Como assim, Juh? Você pirou?
Não, meu caríssimo leitor. Eu não pirei [ainda].
O problema da escrita da madrugada é justamente quando o sono vem. Começo a
escrever algo que poderia se tornar uma obra-prima da humanidade, um Best-seller
do The New York Times e, quando menos
espero, o texto
Sim. É isso que acontece. Fica incompleto, faltando um
pedaço que poderia ser bacana e crucial, uma memória que jamais seria
recuperada. Algo que seria impossível de ser retomado do ponto onde o sono me
interrompeu a escrita.
Pra ser sincera, mais triste do que um texto não terminado,
é uma carta para alguém especial (ou não), não entregue. Ah, como isso me entristece.
Palavras nunca ditas, sentimentos jamais revelados, mal entendidos não desfeitos.
Palavras nunca ditas, sentimentos jamais revelados, mal entendidos não desfeitos.
Concluo que meus desejos sejam estes: nunca dormir, ter um
tempo gigantesco para escrever e fazer coisas que julgo importantes e,
finalmente, ter a capacidade e a coragem de mandar para a pessoa, as cartas e
textos que já escrevi.
Ai, ai... Utopia.
Boa noite!
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