sábado, 14 de junho de 2014

Vestibular

Momento de tensão! Essa palavra mexe com todo mundo: vestibular. E mais ainda o que ela significa e tudo o que ela traz consigo. Horas e horas de estudo, nervosismo, choro, crises existenciais...


Não sei bem o porquê, mas nesses últimos meses tenho chorado mais que durante toda minha vida. Na real, eu até sei o motivo e é justamente essa fase bizarra que é o ano de vestibular.


O que me consola é que estou bem confortável em relação à nota e afins. Há quase uma semana fiz a prova da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (aka UERJ) e me dei bem. Consegui tirar o conceito A, o sonho de todos os estudantes, todos os que sonham com Medicina, Engenharias, Direito e Jornalismo. Mas, desculpa sociedade, vou usar o meu "A" para Letras - ou talvez eu nem o use!


Pois é. Crise existencial reinando; não sei o que vou fazer da minha vida acadêmica. Até uma semana atrás eu conseguia dizer com convicção que o que eu queria era o curso de Artes Cênicas na UNIRIO, mas acho que esse "A" na UERJ mexeu comigo de uma forma tão grande que estou pensando seriamente de desistir da área de Cênicas e investir pesadamente em Letras.


Me lembro da minha infância. Eu tinha dois sonhos profissionais: ser atriz/dubladora e cantora. Mais tarde, já com uns 11 anos, descobri que ser professora poderia ser uma coisa legal. Me apaixonei perdidamente pelo nosso idioma e pelo Espanhol. Na minha 7ª série comecei a ver o Jornalismo com outros olhos. Três anos mais tarde eu estava pensando em História. Depois comecei a pensar de novo em fazer Letras, mas não mais Português e Espanhol e sim Português e Literatura. No final daquele ano (2012) comecei a fazer teatro e descobri as Artes Cênicas. Passei a ficar desesperada por não saber o que fazer e fui aos poucos revendo minhas prioridades.


Primeiro eliminei História; depois o espanhol. Mas ainda assim minha situação não era das melhores, afinal estava na dúvida entre Artes Cênicas, Jornalismo e Letras. No decorrer do ano de 2013 tive uma visão: NÃO POSSO VIVER SEM O TEATRO! E me lembro que no final do ano as pessoas me perguntavam o que eu faria na faculdade e eu dizia que seria Artes Cênicas, apesar de gostar muito de Jornalismo e de Letras.


Até que, enfim, tomei mais uma decisão: eliminei o Jornalismo. Ah, é legal, mas não imagino minha vida como jornalista, não mais. E então, no início desse ano pensei que se eu tiver que escolher apenas um caminho, qual seria o caminho mais feliz? E a resposta veio: meu destino é ser atriz!


Fiquei feliz. Estava decidida! Logicamente eu nasci para essa profissão e agora vou fazer de tudo para conseguir entrar para a faculdade e fazer o curso de Artes Cênicas! E eu estava com esse pensamento até o fatídico 8 de junho - dia da prova da UERJ.


Apesar de ter surtado duas semanas antes - tive crises de choro, ficava em jejum porque nada entrava na minha boca, fiquei com febre e gripe durante uma semana inteira -, mesmo sabendo que na UERJ não tem Artes Cênicas, cheguei para fazer o Exame bem tranquila, na calma, com serenidade. Fiz a prova numa boa, usei bem o tempo e funcionou! Conferindo o gabarito horas depois da prova (e, é claro, depois de muito surto), percebi que acertei uma quantidade de questões suficiente para conseguir a nota máxima, o tão sonhado A!


Primeiro, a felicidade! Nossa! De uma turma de 36 alunos eu tinha sido uma das 4 pessoas que conseguiu o A! Depois o sentimento de culpa. Poxa vida! Vou jogar meu A fora, afinal, não tem o que eu quero mesmo... E finalmente a dúvida. Será que é isso mesmo? E se Artes Cênicas não for de fato o curso ideal? Eu poderia sim fazer Letras e conseguir o meu tão sonhado DRT de outras formas, visto que para ser atriz eu não dependo apenas da faculdade.


E é assim que eu estou no momento. Não como (mentira), não durmo (mentira), não faço outra coisa além de pensar nisso. Pode ser que amanhã mesmo eu me decida ou então posso mudar totalmente de ideia na semana que vem. Às vezes eu queria ter vocação para uma coisa mais requintada, mais desafiadora como as Engenharias, Medicina e afins. Algumas pessoas me disseram que escolhendo Letras eu estaria jogando fora o meu A, e que eu estudei tanto para consegui-lo e no fim fazer Letras. Que eu não vou conseguir emprego nessa área, afinal a demanda de professores de Português é enorme.


Mas eu estou cansada disso! Dizem que ser atriz não dá futuro, que ser professora me fará morrer de fome... Me perdoem se eu não sou tão genial quanto meus amigos, aqueles nerds que estão de olho em Engenharia, Medicina, Psicologia. Eu quero fazer o que eu gosto -- mesmo que eu ainda não tenha decidido o que eu gosto mais -- e com paixão e dedicação vou conseguir ser a melhor na minha profissão. Eu não preciso ser rica, quero apenas ser respeitada!

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